Cigana Zaira

 Zaira





Numa jornada através do deserto da Arábia, a cigana Raina, parte de uma caravana, começou a sentir as primeiras contrações do parto. Seu marido, Raru, pediu ao líder do grupo, Barô, que a caravana parasse para que Raina pudesse dar à luz. Com a permissão concedida, Raina deu à luz uma linda bebê cigana, a quem chamaram de Zaira. Devido aos ventos incessantes do deserto e à ligação especial dos ciganos com a natureza, o pai de Zaira sugeriu:

– Vamos chamá-la de Zaira dos Ventos. Assim como o vento está em todo lugar, nossa filha também estará!

Zaira cresceu como uma cigana bonita, vivaz e dócil. Desde cedo, manifestou interesse pela magia, pela dança e pelos oráculos ciganos. Entretanto, seu dom especial era ouvir as histórias que o vento lhe contava. Sentada na areia por horas, ela absorvia as palavras trazidas pelo vento.

A história amorosa de Zaira teve seus encantos e desencantos. Durante uma festa na Espanha, onde ciganos e a plebe local se misturavam em alegria, o Príncipe Sol, herdeiro do trono espanhol, disfarçou-se de plebeu para participar. Ao ver Zaira, encantou-se por sua beleza e a convidou para dançar. O romance floresceu, mas o amor proibido estava destinado à tragédia.

Apesar de viverem um romance intenso, o príncipe Sol sabia que não poderia abandonar sua posição real. Ao revelar sua identidade, rompeu o laço com Zaira, deixando-a com o coração partido. A caravana partiu, e Zaira, sem saber que estava grávida do príncipe, enfrentou a dor e a solidão.

No dia do parto, Zaira faleceu, deixando órfã a pequena Zaina, que foi acolhida e criada por um cigano protetor. A história de Zaira dos Ventos ecoou pelas areias do deserto, um conto de amor, perda e a força dos laços ciganos que transcende gerações.

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